Florianópolis (30.04.2013)
O Corpo de Bombeiro Militar de Santa Catarina (CBMSC) finalizou na
tarde desta segunda-feira (29), em Rio do Sul, no Alto Vale do Itajaí, o
exercício de certificação em enchentes e inundações das equipes que
compõem a Força-Tarefa da Corporação. O treinamento denominado "Operação
Alto Vale" reuniu cerca de 100 Bombeiros Militares de diferentes
regiões do Estado, que executaram operações simuladas de atendimento a
vítimas destes tipos de desastres.
O treinamento faz parte do cronograma
anual de avaliação da Força-Tarefa do CBMSC, que em pelo menos duas
oportunidades é submetida a treinamentos que envolvem a simulação de
ocorrências comuns em desastres naturais extremos.
Como em uma situação real, as equipes
especiais de Batalhões Bombeiros Militar (BBM) mais próximos de Rio do
Sul – cidade fictíciamente assolada pelas consequências de fortes chuvas
– foram acionadas no domingo (28/04) quando, conforme a simulação,
teria ocorrido a saída da calha do Rio Itajaí-Açu, que corta o
município.
Dada a situação extrema, os grupos de
cinco Forças-Tarefa acabaram acionados e se deslocaram para o Alto Vale
na madrugada de segunda-feira. Já nas primeiras horas do amanhecer, as
equipes chegaram à cidade e montaram acampamento no Parque Harry Hobus,
no bairro Canoas. Barracas, homens, equipamentos, viaturas e embarcações
foram organizadamente divididos no parque para facilitar a mobilização.
A estrutura foi completa pelo uso do
Auto Posto de Comando 01 (viatura equipada com central telefônica,
sistema de processamento de ocorrências e de comunicação via internet
3G, satélite e rádio) como ponto base, onde foi montado o chamado
Sistema de Comando de Operações (SCO) – esquema de gerenciamento
logístico e operacional especial para situações extremas programadas ou
não.
A ação começou logo cedo, no Rio
Itajaí-Açu. Para avaliar a capacidade das equipes mobilizadas, foram
montados dois cenários. No primeiro, os grupos da Força-Tarefa tinham
que resgatar ocupantes de um carro levado pela força das águas do rio. A
simulação, que inclusive contava com a carcaça de um carro real que foi
colocado no rio, ocorreu no trecho próximo ao Elevado Deputado José
Thome, o que atraiu a atenção de quem passava.
As operações seguiram com as missões de
resgates de ocupantes de uma residência parcialmente submersa pela alta
no nível do rio. Agora, com um nível maior de dificuldade, uma vez que
entre as vítimas fictícias estava um cadeirante.
Todas as equipes concluíram os resgates
com sucesso, inclusive em uma das missões houve o apoio da equipe do
Batalhão de Operações Aéreas (BOA), de Florianópolis, que auxiliou no
resgate de uma vítima com o uso de técnicas de içamento. Os tripulantes
do helicóptero da Corporação, Arcanjo 01, contribuíram ainda com o
transporte de um binômio (homem/cão) para a cena da tragédia. Nesta
última ação, o objetivo foi demonstrar o treinamento de homem e cão para
o transporte na aeronave e a descida em um local de difícil acesso
usando técnicas de rapel.
“A cada novo exercício agregamos novas
informações que acabam por gerar a evolução de todo o processo, tanto de
materiais e equipamentos quanto em nível de execução. Agora, partimos
para a avaliação dos pontos que podem ser melhorados, de forma geral e
individualizada, nos diferentes níveis da Força-Tarefa”, analisou o
Subcomandante-geral da Corporação e Comandante da Força-Tarefa, Coronel
BM Gladimir Murer.
A série de operações da manhã desta
segunda-feira foi uma “oportunidade” de conhecer um pouco mais sobre a
capacidade de mobilização e integração do Corpo de Bombeiros Militar em
Santa Catarina. Para o Soldado BM Róger Mafra, integrante da
Força-Tarefa do 7º Batalhão de Bombeiros Militar, “foi emocionante
participar da ação dos grupos da Força-Tarefa, ver como tudo funciona e
se integra. É uma experiência única poder fazer parte desta mobilização,
especialmente para quem é novo como Bombeiro Militar”, conta o militar,
há cerca de dois anos na Corporação.
Como nas certificações anteriores, o
Comandante-Geral do CBMSC, Coronel BM Marcos de Oliveira, deslocou-se
até a cidade-sede da simulação para acompanhar os exercícios. Ao término
do treinamento, ele agradeceu a participação e o empenho de todos os
envolvidos, destacando que “fazer parte da Força-Tarefa é muito mais do
que usar um capacete diferenciado”. Na avaliação do Coronel BM Oliveira,
o maior ganho com atividades do tipo é o desenvolvimento da sinergia em
diferentes níveis, unindo esforços de órgãos diferentes que, quando
melhor integrados, poderão atuar de maneira multitarefa na garantia da
segurança da população.
O exercício de certificação em Rio do
Sul mobilizou também os militares do 23º Batalhão de Infantaria do
Exército, que vieram de Blumenau em apoio às ações do CBMSC. A eles se
uniram também representantes da Defesa Civil Municipal e Estadual,
Prefeitura, Polícia Militar e Guarda Municipal.
Também prestigiaram as ações autoridades
militares e civis, entre elas o Secretário de Estado de Defesa Civil,
Milton Hobus; o Secretário Regional de Desenvolvimento (SDR) de Rio do
Sul, Ítalo Goral ; o Capitão EB Gustavo Gritz, comandante de 23º
Batalhão de Infantaria do Exército; o Tenente-Coronel PM Carlos Roberto
Fogaça, comandante do 13º Batalhão de Polícia Militar; Jean Pierre
Xavier de Liz, Vice-prefeito de Rio do Sul; o Prefeito de Laurentino,
Valdemiro Avi; a Prefeita de Mirim Doce, Maria Luiza Kestring Liebsch; o
presidente da Câmara de Rio do Sul, vereador Diógenes Della Giustina;
além de Comandantes de Batalhões Bombeiro Militar, Oficiais e Praças de
diferentes regiões do Estado, civis e imprensa.
Entenda a Força-Tarefa
A Força-Tarefa foi criada em 2011 para a
pronta resposta especializada em eventos críticos (desastres naturais
extremos, incêndios florestais, etc). Ela é formada por grupos de 12
Bombeiros Militares, descentralizados nos diferentes Batalhões no
Estado, especialmente capacitados e dotados de recursos materiais
específicos para a utilização em situações de deslizamentos, estruturas
colapsadas, enchentes e inundações, incêndios florestais e outros
desastres.
Por ano os grupos da Força-Tarefa são
submetidos a dois exercícios de certificação que têm por objetivo
verificar a capacidade de resposta às ocorrências em situações extremas,
bem como promover a integração entre as próprias equipes, bem como
junto aos órgãos envolvidos (defesa civil, prefeituras, etc).
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