Brasília – O Ministério da Justiça vai lançar uma nova campanha do desarmamento. O anúncio foi feito pelo ministro José Eduardo Cardozo após reunião com entidades da sociedade civil, em Brasília, para discutir o tema.
De acordo com o ministro, o objetivo é recolher o maior número de armas possível. “O propósito é superar as três campanhas anteriores, quando foram recolhidas mais de 1 milhão de armas. Quanto menos armas, menos violência nas ruas”, defendeu Cardozo. A expectativa é fazer o lançamento em 6 de maio.
Uma nova campanha do desarmamento já estava sendo organizada pelo governo federal. O episódio na escola Tasso da Silveira, no bairro de Realengo (RJ), quando 12 alunos foram assassinados na semana passada, acelerou o processo. “Diante do ocorrido no Rio de Janeiro, resolvemos antecipar a campanha”, afirmou Cardozo.
O ministro da Justiça enfatizou que, independentemente da campanha, o desarmamento é uma política constante do governo federal e faz parte de um projeto que engloba o combate ao crime organizado e ações nas áreas de fronteiras. Cardozo declarou que um Gabinete de Gestão Integrada (GGI), que articula o trabalho da PF, PRF e polícias locais, será instalado, em breve, em Foz do Iguaçu, na fronteira entre o Brasil e o Paraguai, para coibir a entrada ilegal de armas no país.
As ações da nova campanha serão geridas por um conselho. Serão convidados a integrá-lo, além de outros setores do governo como a Secretaria de Direitos Humanos da Presidência da República e o Ministério da Defesa, o Senado, a Câmara dos Deputados, as secretarias estaduais e municipais de segurança pública, os conselhos das Guardas Municipais, o Conselho Nacional do Ministério Público, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), a Rede Desarma Brasil, a Conferência dos Bispos do Brasil (CNBB), o Conselho dos Comandantes Gerais da Polícia Militar, o Colégio dos Dirigentes das Polícias Civil, o Conselho Nacional de Segurança Pública, o Banco do Brasil e o Conselho Nacional das Igrejas Cristãs.
Está marcada para a próxima segunda-feira (18) a primeira reunião do conselho, no Ministério da Justiça. Serão discutidos temas como o valor da indenização a ser paga para quem entregar armas, projetos de lei sobre o desarmamento que podem ser enviados para o Congresso Nacional e formas de mobilização da sociedade. Segundo o ministro da Justiça, a nova campanha do desarmamento deve ser estendida até o final do ano como parte de uma política permanente para desarmar o país.
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