Florianópolis (07.02.2013)
– O secretário de Estado da Segurança Pública, César Augusto Grubba,
disse durante entrevista coletiva à imprensa, na tarde desta
quinta-feira, 7, que não há necessidade, neste momento, da vinda para o
Estado de policiais da Força Nacional de Segurança Pública para ajudar a
combater as ações criminosas contra as forças de segurança e o
patrimônio público e privado. “Não é má vontade do governo do Estado em
aceitar qualquer tipo de ajuda, mas neste momento não há necessidade.
Temos controle da situação e a tendência é que essas ações recuem nos
próximos dias”, afirmou Grubba.
Grubba entende que a parceria entre o
Estado e a União já é uma realidade através de convênios firmados com a
Secretaria Nacional de Segurança Pública e o trabalho de integração com
órgãos como a Polícia Federal, Abin (Agência Brasileira de
Inteligência) e as Forças Armadas.
A SSP contabiliza até esta
quinta-feira, 7, 28 prisões desde o início ações criminosas no dia 30 de
janeiro, 20 delas em flagrante. “Todas os suspeitos continuam detidos”,
informou o Comandante Geral da Polícia Militar, Coronel PM Nazareno
Marcineiro. Destas, oito são adolescentes entre 13 e 17 anos. As
ocorrências atingiram 24 cidades. Na manhã de hoje criminosos atearam
fogo em um ônibus em São João Batista. Na madrugada passada a polícia
evitou uma série de ataques na região de Joaçaba ao se antecipar a essas
ações. Isso só foi possível após uma denúncia anônima que resultou na
prisão de quatro pessoas, dois deles suspeitos de lideraram o grupo.
Para o comandante geral da PM,
coronel Nazareno Marceneiro, que já atuou como instrutor da Força
Nacional, a vinda destes policiais não contribuiria de forma tão
decisiva para a resolução do problema. Segundo ele, que mostrou em
números, a Força Nacional conta hoje com um efetivo total de 1280
homens. Hoje os trabalhos estão concentrados em cidades como Maceió (197
policiais) e Rio de Janeiro (142), os dois municípios com o maior
efetivo da força. Na eventualidade de o Estado receber 200 policiais, o
que seria pouco provável, este efetivo teria que ser dividido em oito
cidades, o que daria um grupo de 25 policiais por município.
Isso representaria apenas três
viaturas a mais por cidade se levarmos em consideração, explicou, que os
policiais da Força Nacional trabalham 12 horas e folgam 12 horas pelo
ritmo intenso patrulhando nos cinco primeiros dias de atuação. Mas na
sequência essa escala mudaria para 12 por 36 horas, reduzindo ainda mais
o efetivo.
Marcineiro também destacou que muitas
dos ocorrências não podem ser computadas como ataques criminosos, pois
não possuem relação com o crime organizado. Os relatórios inicialmente
levam em conta todas as ocorrências para que a investigação seja o mais
abrangente possível, mas com o tempo várias vão sendo descartadas como
ataques.
O comandante da PM também disse que a
chegada de uma ajuda externa pode desmotivar os policiais catarinenses
que estão trabalhando intensamente desde o início das ações criminosas.
“Quando o trabalho diário deles - que sempre colocou Santa Catarina no
topo dos indicadores de segurança do país - é desacreditado ao se chamar
ajuda externa, o empenho e engajamento deles, que faz a diferença neste
combate, cai muito.”
Já o delegado Geral da Polícia Civil,
Aldo Pinheiro D'Ávila, confirmou que as investigações estão evoluindo e
garantiu que em breve terá novidades com relação a cadeia de comando
que está por trás dessas ações. Ele elogiou a a iniciativa do governo
federal, mas disse que neste momento é importante valorizar as forças de
segurança de Santa Catarina. O delegado Akira Sato, diretor da DEIC e
que também autou como chefe da Força Nacional de Polícia Judiciária,
também participou da coletiva. "A necessida hoje é por policiais com
conhecimento do local de investigação nas nossas cidades. O mais
importante agora é a velocidade das ações, a pressa na investigação",
disse Sato.
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